O Caminho da Felicidade
Um grupo de jovens saudáveis e vigorosos seguia pela estrada da vida na busca do caminho da felicidade.
Cada um levava consigo uma grande bagagem de sonhos. Alguns sonhavam ser médicos, outros engenheiros, escritores, músicos, políticos, empresários de sucesso, enfim, a bagagem de sonhos era imensa.
Eis que num determinado trecho o caminho bifurca e, no início de cada um, há um portal com um guardião.
“Quem são vocês? Qual caminho nos leva à felicidade?” Perguntam os jovens.
“Eu sou o Ego...” respondeu o mais sedutor dos guardiões. “Estou sempre presente na vida de vocês. A minha voz ecoa alto embora não se distinga e seja confundida com as suas. Sou o guardião do caminho mais fácil de ser seguido. Nele vocês não precisam pensar muito, nem assumir muitas responsabilidades. É só ser e agir conforme a maioria, seguir a moda, buscar referências para seu comportamento nos outros, distrair-se, seguir e assumir, sem questionar, as verdades ditadas pelos líderes. Quando algo der errado, não precisam assumir, sempre encontrarão uma desculpa, um culpado que não serão vocês”.
“E você quem é?” Os jovens perguntaram ao outro guardião que escutava em silêncio.
“Eu sou o Mestre Interior. Estou sempre presente na vida de cada um, mas a voz do Ego desvia a atenção porque seduz com um caminho aparentemente fácil porque não requer esforço ou dedicação alguma para ser seguido. O caminho que eu guardo conduz a verdadeira felicidade. Mas, para acessá-lo, vocês precisam aprender a ouvir-se, buscar referências internas e assumir o comando de suas vidas”.
“E como se faz isso?”, indagaram os jovens.
“Prestando atenção em si mesmo, na sua intuição, nos seus sonhos e na sua patologia, que muito revela do seu inconsciente e, principalmente, através da meditação. O silêncio interior, uma vez calada a voz do Ego, abre os canais para vocês se ligarem a sabedoria cósmica que é infinita. O Ego é vaidoso e liga-se à personalidade, ou seja, às máscaras que adotamos nos papéis que assumimos nesta vida, e aos valores temporais. O Eu Superior liga-se aos valores atemporais. O caminho que conduzo é o mais difícil porque requer dedicação e persistência. É o caminho dos líderes, dos vencedores, daqueles que pensam e agem por si”.
Com a imaturidade pertinente aos jovens, a maioria, ruidosamente, deixou-se seduzir pelo Ego, que se mostrava cada vez mais sedutor oferendo muitas distrações já de início. Os demais resolveram seguir o caminho do Mestre Interior.
Passadas algumas décadas, um pesquisador resolveu verificar o destino daqueles jovens.
Impressionado, verificou que muitas bagagens de sonhos haviam se perdido pelo caminho. A maioria daqueles jovens tornara-se profissionais medíocres, poucos haviam se projetado em suas carreiras ou atingido suas metas. Conviviam com doenças originadas das suas mágoas e frustrações acumuladas.
Quando questionou cada um dos que fracassaram verificou que haviam trilhado o caminho do Ego.
Ouviu muitas desculpas e muitos “pois, é.., mas...”. Ora acusavam os pais, ora o cônjuge, os filhos, a chefia, o governo, a situação econômica, como culpados pelos resultados negativos que colhiam, sem atribuir às suas atitudes e escolhas. As distrações ou ocupações preenchiam tempo precioso de suas vidas relevando o encontro interior para uma dimensão menor ou inexpressiva, normalmente com a desculpa: “não dá tempo...”. Quanto mais evidente ficava para o observador que a responsabilidade pelo fracasso era do próprio entrevistado, mais desculpas ouvia.
Ao entrevistar a minoria que se tornou bem sucedida verificou que inicialmente, ou posteriormente, haviam trilhado o caminho do Mestre Interior. Percebeu que a distinção em relação ao grupo anterior consistia no esforço e na dedicação às suas metas, valores, propósitos e significado de vida.
Os bens sucedidos colocavam-se em primeiro plano, seguiam seu Mestre Interior, não buscavam referências externas porque não abriam mão da condução de suas vidas. Eram lideres, não os liderados. Não seguiam, eram seguidos. Distraíam-se, mas dedicavam tempo muito maior ao que era importante, porque acreditavam que a vida não podia ser desperdiçada.
Não culpavam ou buscavam culpados fora de si pelos seus insucessos, contratempos e dissabores, mas sim a lição que podiam extrair para não repeti-los mais. Consideravam-se os únicos responsáveis pelo que atraiam para si e pelas suas próprias atitudes e escolhas e, consequentemente, pelos frutos que colhiam. Sabiam que o evento em si e que a pessoa envolvida serviam apenas de ‘ganchos’ para desencadear a lição que precisava ser aprendida e, se não aproveitassem essa oportunidade, repetiriam os erros adiante.
Empenhavam-se em serem excelentes em todos os papéis que desempenhavam em suas vidas, seja como filhos, pais, cônjuges, profissionais, ou quaisquer outros que assumissem.
Ao examinar os resultados de sua pesquisa, o pesquisador sorriu confortado e disse:
“Ainda bem que há atalhos para aqueles que se conscientizam posteriormente. Podem não alcançar aqueles que estão além e que não recuaram, mas, diferente da maioria dos seguidores que vagam pela vida sem um propósito maior, contentando-se com futilidades e trivialidades, serão bem-sucedidos na sua busca e encontrarão o sentido da sua existencia”.
Reflita, escolha o seu caminho. Sempre há tempo de mudar. Faça a sua vida valer a pena!
Lúcia Arlete Machado Nunes
Consultora Organizacional & Comportamental, especialista em Transformação & Prosperidade Empresarial, CEO da Dragon - Transformação & Prosperidade Empresarial
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