Celebrando uma conquista!
Com muita satisfação e orgulho, comemoro e divulgo o recebimento da minha titulação de mestre em Psicologia Organizacional pela MUST University no dia 30 de março de 2024.
A nossa jornada de vida está repleta de desafios. Fazem parte do nosso processo evolutivo. Quando nos acomodamos ou assumimos o papel de vítima quando alguma coisa ruim acontece ou não sai conforme o esperado, perdemos a oportunidade de aprendermos a lição. Podemos não ter consciência, mas as respostas estão sempre conosco. Atraímos para nós as experiências que precisamos passar até que a lição seja aprendida.
A busca contínua pelo aprendizado, em todos os aspectos, nos fortalece como seres humanos e nos aproxima do nosso propósito de vida. Cada vitória precisa ser celebrada e compartilhada para incentivar outras pessoas a seguirem adiante.
Compartilho aqui um pouco da minha experiência. O mestrado que concluí, exigiu muita dedicação, abrir mão de muitos eventos sociais, e muitas horas de estudo e pesquisa para absorver ao máximo cada disciplina, não para simplesmente exibir mais um diploma, mas para o meu desenvolvimento e aplicação na minha vida pessoal e profissional. Valeu a pena!
O meu Trabalho de Conclusão Final - TCF teve o seguinte título: Mudanças Exponenciais: fatores motivacionais que atraem e engajam pessoas dispostas a colaborarem com soluções disruptivas.
A primeira parte do TCF, sob o título, As Iniciantes, versou sobre as startups, com os subtítulos:
- A Jornada Percorrida da Ideia à Solução;
- As Pessoas Envolvidas e Fatores Motivacionais;
- Os Primeiros Unicórnios Brasileiros.
A segunda parte do TCF, sob o título As Organizações Constituídas, versou sobre as características das organizações constituídas, tradicionais e as organizações de crescimento exponencial (ExOs), abordando algumas boas práticas de gestão sob os subtítulos:
- Desenvolvimento Ágil e Scrum;
- Acompanhamento de Resultados.
Segue abaixo a introdução da primeira parte. Em breve o artigo será publicado na íntegra.
As Iniciantes
O cenário atual é dinâmico, nada é estático e tudo está se transformando continuamente, inclusive o nosso corpo físico, numa dimensão que a mente humana não consegue acompanhar. Zilhões de dados, neste exato momento, estão sendo coletados a partir dos nossos acessos à internet para uso de aplicativos, pesquisas, compras on-line, likes, comentários, jogos, ou para tantos outros fins.
Com o uso da Inteligência Artificial (IA) e sistemas como o Business Intelligence (BI), os dados coletados estão se transformando em informações para a análise descritiva do que aconteceu ou está acontecendo, e do Business Analitycs (BA), para a análise preditiva do que provavelmente acontecerá, como explicam Redaelli & Lima (2024), constituindo diferenciais competitivos para a identificação de oportunidade de negócio que tornem as organizações que detém a posse dessas informações mais competitivas e sustentáveis, ou para encontrarem soluções disruptivas que as levem a navegar em oceanos azuis, termo introduzido por Kim & Mauborgne (2015), distanciando-se da concorrência agressiva.
O ritmo das mudanças exponenciais é irreversível e, com o aprendizado profundo das máquinas, elas estão cada vez mais inteligentes, e nenhum ser humano consegue superá-las, nem ter certeza do que está por vir. Mas, ao invés de gastarmos a nossa energia numa luta insana contra o inevitável, ou com temor de sermos afetados negativamente, podemos utilizá-la para aproveitar cada momento presente, que é a única certeza que podemos ter.
Nada é perdido, tudo se transforma e a formação de novas conexões, amplia o nosso discernimento e fornecem insights e exemplos nos quais podemos nos espelhar, mas, nada pode ser considerado como verdade inquestionável.
Os inputs que recebemos são impressões que os nossos sentidos limitados captam passando pelos nossos filtros, como as crenças que adotamos, às vezes limitantes, mas tão arraigadas que não questionamos. Até mesmo as mentes mais brilhantes cometem erros gigantescos. Errar é humano. Os erros fazem parte do processo de aprendizagem e, quanto mais abertos formos para ouvir e lidar com a diversidade de pensamentos e crenças, mais ampliamos o nosso campo de possibilidades. Os iguais nos levam a repetir e reforçam as nossas crenças e convicções, muitas vezes limitantes. A intolerância ao erro bloqueia a criatividade e leva as pessoas a se limitarem no caminho conhecido. É a antítese do espírito empreendedor, tão necessário para a inovação. O que para, torna-se obsoleto. Não é por acaso que o lema, não oficial, do Vale do Silício e startups, seja: “Fracasse cedo, fracasse com frequência, fracasse avançando”, citado por Diamandis & Kotler (2018), orientação, com algumas variações, encontrada com frequência nas pesquisas realizadas para incentivar o pensamento ágil nas iniciativas voltadas para a inovação.
Assim como no mito da caverna de Platão, podemos viver de costas, temorosos, presos nas correntes das nossas convicções, sem olhar para o que se passa lá fora, sem querer ouvir ou atacando aquelas pessoas que foram ousadas, ou vencermos os nossos medos rompendo as correntes para desbravarmos as oportunidades que estão fora da caverna. O desconhecido causa desconforto e cada pessoa pode agir e reagir de forma diferente. As pessoas mais audaciosas, que buscam fazer a diferença, movidas por um Propósito Transformador Massivo (TPM), que segundo Ismail et al. (2016) é uma força gravitacional capaz de atrair e envolver membros iniciais e comunidades, dispostos a contribuir para a solução de um problema significativo que esteja afetando um público expressivo, comunidade, país ou até mesmo mundial.
A união das pessoas imbuídas com esse propósito pode dar início a uma startup que, segundo Cagan (2021), é uma nova empresa que ainda está tentando inventar um produto para tornar o seu negócio viável. Caso a solução encontrada seja bem-sucedida e impactante, a startup pode se transformar numa Organização Exponencial (ExO). Conforme citado em Ismail et al. (2016), esse termo foi utilizado pela primeira vez na Singularity University (SU), fundada em 2015 por Peter Diamandis e Ray Kurzwe, Diretor do setor de IA do Google na época, para designar organizações com resultados dez vezes maiores comparados com os seus pares, provocando mudanças disruptivas no mercado, levando os pioneiros a navegarem em oceanos azuis, termo criado por Kim & Mauborgne (2015), ou seja, em larga vantagem em relação às organizações constituídas, sem concorrência. Mas, os corajosos pioneiros também podem se frustrar caso as soluções encontradas não resolvam o problema identificado; por não conseguirem os recursos suficientes para o desenvolvimento da solução ou porque não se prepararam adequadamente.
Referências Bibliográficas (autores citados na introdução):
Cagan, M (2021); trad. Palhanos, L. Inspirado: como criar produtos de tecnologia que os clientes amam [Recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Alta Books.
Diamandis, P. H. & Kotler, S.; trad. Korytowski, I. (2018). Oportunidades Exponenciais: Um manual prático para transformar os maiores problemas do mundo nas maiores oportunidades de negócios [recurso eletrônico]. São Paulo: HSM Brasil.
Ismail, S. Malone, M. & Geest, Y. V. (2016). Organizações Exponenciais: por que elas são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que a sua (e o que fazer a respeito) [recurso eletrônico]. São Paulo: HSM Brasil.
Kim, C. & Mauborgne, R.; trad. Serra, A. C. & Simyss, C. (2015). A Estratégia do Oceano Azul: como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante. Rio de Janeiro: Elsevier.
Redaeli, E. & Lima, J. (2024). Vantagem Analítica: como mapear tendências e utilizar análise de dados para obter vantagem competitiva nos negócios. Curitiba Appris.
Lúcia Arlete Machado Nunes
Consultora Organizacional e Comportamental, CEO da DRAGON Consultoria Organizacional Ltda. Administradora de Empresas, mestre em Psicologia Organizacional, Coach e Consteladora Sistêmica